Pandemia volta a se agravar em meio à CPI que investiga omissões do governo federal | Rede Lado

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maio 31, 2021

Pandemia volta a se agravar em meio à CPI que investiga omissões do governo federal

Enquanto senadores seguem ouvindo os depoentes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão do governo federal frente à pandemia, a tendência é de aumento de casos e,…

Enquanto senadores seguem ouvindo os depoentes na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a gestão do governo federal frente à pandemia, a tendência é de aumento de casos e, consequentemente, ocupação em UTIs e mortes nas próximas semanas, segundo boletim da última quinta-feira (27) pelo Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Com o aumento da taxa de novas infecções ocorrido na semana que se encerrou no dia 22 de maio, espera-se que um crescimento no número de óbitos sejam registrados em até duas semanas. Com isso, após um período de relativa melhora nos índices, o Brasil pode voltar a registrar média de 2,2 mil mortes diárias. Até ontem (31/5), a média móvel estava em 1.844.

As armas que a maior parte da população tem para evitar o contágio são as máscaras, o distanciamento social e o álcool em gel. Isso porque a vacinação é a única solução a longo prazo para a crise sanitária e econômica na qual estamos metidos até o pescoço – beirando os 15% em uma taxa recorde de desemprego. E a imunização segue em passos lentos, graças, entre outras contribuições, às investidas da família Bolsonaro contra a China.

O médico e diretor do Instituto Butantan de São Paulo, Dimas Covas, confirmou em depoimento à CPI da Covid que os tropeços diplomáticos causados pelo clã do presidente, que mais de uma vez acusou a China de criar deliberadamente o coronavírus, fizeram com o que o país asiático demorasse o dobro do tempo para enviar os insumos essenciais à produção da CoronaVac. “Isso se reflete nas dificuldades burocráticas [para a obtenção de insumos para a vacina]. Eram resolvidas em 15 dias. Agora, mais de mês”, explicou. Segundo ele, das 12 milhões de doses previstas para serem entregues em maio, somente 5 milhões puderam chegar aos braços dos brasileiros. “O Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a vacinar”, completou, afirmando que 5 milhões de doses da CoronaVac estavam prontas em dezembro de 2020 e o país poderia ter aplicado doses antes mesmo do Reino Unido, que começou em 8 de dezembro.

As palavras de Covas não causam surpresa àqueles que, no dia anterior, acompanharam o depoimento da Secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, na mesma Comissão. Em meio à impressionante série de pelo menos 11 mentiras que a “capitã Cloroquina”, como é mais conhecida, contou aos parlamentares, estiveram pérolas como a comparação da logo da Fiocruz a um pênis. A lista inclui questões relacionadas ao chamado tratamento precoce, cloroquina e hidroxicloroquina, estudos na área de infectologia, o app TrateCov, isolamento social e o comando do Ministério da Saúde, entre outros. Pinheiro ainda acusou o jornalista Rodrigo Menegat de “hackear” o sistema do TrateCov, quando, na verdade, ele analisou o código fonte do portal, que é público, atividade comum entre jornalistas de dados. Leia mais sobre o depoimento da “capitã Cloroquina” no site da Lado.

Manifestações

No domingo passado (23/5) , Bolsonaro fez desfile para seus apoiadores no Rio de Janeiro, com direito à luxuosa participação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Conforme informamos na última newsletter, Pazuello também desfiou um rosário de mentiras em frente aos senadores participantes da CPI da Covid. A passeata reuniu motociclistas, pedestres e carros, a maioria sem respeitar os protocolos básicos para evitar o contágio pela Covid – marca registrada dos eventos dos quais o presidente participa. Tudo como manda o figurino dos apoiadores do atual (des)governo.

Neste sábado (29/5), foi a vez da passeata contra Bolsonaro e pedindo por agilidade na vacinação no Brasil. Ao contrário da semana anterior, as manifestações registraram pessoas com máscara e mantendo certa distância, com organizadores distribuindo álcool gel, entre outras medidas. Foram registradas passeatas em mais de 180 cidades no país e no exterior.

Você precisa saber

Empresa de Fortaleza é condenada a indenizar funcionária demitida em “paredão”

As empresas Somos Case Gestão de Timeshare e Multipropriedade e MVC Férias e Empreendimentos Turísticos e Hotelaria, de Fortaleza (CE), foram condenadas pela Justiça a pagar uma indenização de 14 mil reais a uma funcionária demitida após uma espécie de “paredão de eliminação”. Os funcionários foram obrigados a indicar um colega que deveria ser dispensado, imitando a forma como participantes do Big Brother Brasil são mandados embora do programa.

Como a vida não é reality show, o juiz Ney Fraga Filho da 16ª Vara do Trabalho de Fortaleza e determinou o pagamento de danos morais, a anotação da carteira de trabalho, o pagamento de aviso-prévio, 13º salário, férias, horas extras, repouso semanal remunerado, multa e FGTS. Para a “eliminação”, os funcionários foram levados até uma sala e coagidos a votar em um colega de trabalho e dizer o porquê este deveria ser dispensado.

Além da consultora escolhida pela maioria, outro funcionário também foi demitido por se negar a participar da “dinâmica”. “Acredito que vai ser um trauma que eu vou carregar para o resto da minha vida”, disse a consultora.

As empresas negaram o vínculo de emprego da mulher ou que ela tenha prestado qualquer tipo de serviço. O juiz, no entanto, considerou que havia provas documentais e testemunhais suficientes em favor da trabalhadora, que comprovaram a ocorrência do assédio moral. Ainda cabe recurso.

Itália tem primeira atleta transgênero em uma equipe de seleção

Valentina Petrillo é a primeira atleta transgênero do mundo a vestir a camisa de uma seleção, a da Itália. A estreia da velocista, que corre em provas de 100 a 400 metros rasos na categoria feminina, será no Campeonato Europeu de Atletismo Paraolímpico, na Polônia, de 1º a 5 de junho. Ela compete na categoria paraolímpica devido a uma deficiência visual que tem desde a adolescência. Na ocasião, Valentina buscará a classificação para as Paraolimpíadas de Tóquio 2021.

A inclusão de Valentina na seleção italiana somente foi possível depois de mudanças que o Comitê Olímpico Internacional (COI) promoveu em suas regras para a participação de transgêneros em suas competições. Até 2016, era necessário que os atletas se submetessem à cirurgia para a mudança de sexo, o que não é mais necessário.

No entanto, segue valendo a obrigatoriedade de os atletas nascidos biologicamente com o sexo masculino fazerem terapia hormonal para baixar os níveis de testosterona, ainda que tal requisito seja contestado por colocar em risco a saúde das atletas e devido à possibilidade de as substâncias não serem suficientes para as igualarem àquelas que nasceram com o sexo biológico feminino.

A história de vida de Valentina foi transformada no documentário ““5 nanomoli – il sogno olimpico di una donna trans” (5 nanomol – o sonho olímpico de uma mulher trans).

Análises

O agro é pop? Dia 25 de maio – Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rurais

Por Meilliane Pinheiro Vilar Lima, Sandriele Fernandes dos Reis e Gabriela Rocha Gomes, do escritório LBS Advogados

Na semana passada, dia 25/5, foi celebrado o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rurais, data instituída em 1964. Um dos pilares do país é a produção rural, mas as pessoas que labutam na categoria não são valorizadas de acordo. As autoras alertam que a agricultura familiar é a que fornece a maioria dos alimentos consumidos no país, ao passo que o agronegócio exporta sua produção. Enquanto esse último registra lucros, a agricultura familiar sai prejudicada, sofre com o trabalho informal, o enfraquecimento de relações sindicais, e a dificuldade de se aposentar, entre outros fatores. Continue lendo.

Antes de sair…

Eventos

  • Hoje, 1º/6, às 14h, o webinar “Dilma Rousseff e a representação feminina na política brasileira” discute os resultados de pesquisa sobre o empoderamento político das mulheres no Brasil.
  • Amanhã, dia 2/6, às 19h, o programa Arborização Urbana promove a roda de conversa “Árvores e atitudes ambientais”.
  • Na segunda que vem, 7/6, às 14h, os organizadores do projeto “Enciclopédia negra: Biografias afro-brasileiras” participam de debate sobre a memória silenciada das pessoas negras no Brasil. É preciso se inscrever.
  • E também na próxima segunda se inicia a V Conferência de Direito Ambiental, com o tema “Os desafios e responsabilidades da advocacia ambiental na preservação, sustentabilidade e soberania dos biomas brasileiros”. É preciso se inscrever.

Dicas culturais

  • Teatro: entre hoje e dia 3/6, o espetáculo “Goela abaixo ou Por que tu não bebes?” será exibido às 18h, 20h e 22h. A comédia integra a programação do Porto Verão Alegre e terá tradução em libras nas sessões. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site do festival.
  • Música: na próxima segunda, 7/6, às 19h, o Elias Barboza Quinteto faz um “show luminoso” online. A transmissão acontece ao vivo no Canal da Fundarte no YouTube e página do Facebook. É de graça.
  • Literatura: foi lançado nesta semana o livro digital “O ABC da História Negra”. Escrito em parceria entre UFRB e Universidade do Hawaii, o e-book está disponível para download de graça.

Astrofotógrafo amador registra Superlua de Sangue surgindo no céu de Brasília

Quem não pôde conferir com os próprios olhos o nascimento da Superlua de Sangue nos céus brasileiros na última semana, tem mais uma chance de conferir o belo espetáculo. As lentes do professor e astrofotógrafo amador Leonardo Caldas registraram o momento que pode ser conferido em uma montagem no estilo timelapse, com 400 fotografias em sequência.

Nos 20 segundos de imagens feitas a partir da Torre de TV da região central de Brasília, é possível ver a lua grande, iluminada e avermelhada pelos céus da capital federal, surgindo por trás do Congresso Nacional.

A ocorrência da Superlua de Sangue foi possível graças à feliz coincidência entre dois fenômenos distintos, que não acontecia há seis anos: a Superlua e a Lua de Sangue. A primeira deve-se à aproximação máxima do satélite em relação à Terra, chamado de perigeu, que o faz parecer 15% maior e 30% mais iluminado do que em outras noites. Já a Lua de Sangue ocorre quando um eclipse deixa a coloração do astro mais avermelhada, devido à penumbra da luz solar que incide sobre ele.