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out 28, 2021

Trabalho análogo à escravidão: 116 trabalhadores da empresa Souza Paiol foram resgatados

A Souza Paiol é a maior fabricante de cigarros de palha do Brasil e mantinha 116 trabalhadores em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores começavam a jornada às 5h da…

A Souza Paiol é a maior fabricante de cigarros de palha do Brasil e mantinha 116 trabalhadores em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores começavam a jornada às 5h da manhã e só recebiam a primeira refeição do dia às 11h. O flagrante aconteceu durante uma inspeção trabalhista em uma fazenda de Água Frias de Goiás (GO). 

Este é, até agora, o maior resgate de trabalhadores escravizados deste ano, considerando o número de pessoas resgatadas. Entre os trabalhadores, 5 adolescentes também trabalhavam, um deles de apenas 13 anos.  A Constituição proíbe trabalho abaixo dos 14 anos. O auditor fiscal do trabalho, componente do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, Marcelo Campos afirmou que nenhum deles tinha direitos trabalhistas, dormiam em alojamentos sem estrutura, não recebiam equipamento de proteção individual e o motorista que os levava à colheita não era habilitado.  

Os trabalhadores relatavam que passavam fome durante o dia, pois a primeira refeição só chegava às 11h e depois tinham apenas mais uma marmita horas depois, com pouca comida. Além de terem de dividir a mesma garrafa de água, fazendo com que ficassem ainda mais expostos à contaminação pela Covid-19.  

Ademais, o contratante ainda cobrava pelo uso das facas para separar a espiga da palha, da pedra que amolava a faca e também da fita que os trabalhadores usavam para proteger os dedos, violando assim, a NR-31 (norma que afirma que o empregador deve disponibilizar as ferramentas de trabalho para o empregado de forma gratuita).  

Leia mais na matéria do Repórter Brasil 

Foto: Grupo Especial de Fiscalização Móvel/Divulgação