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maio 10, 2021

Filho de Bolsonaro pode ter que depor em CPI da Covid

Os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação (ou omissão) do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19 já estão ocorrendo no Senado. Entre os…

Os depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação (ou omissão) do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19 já estão ocorrendo no Senado. Entre os que já foram ouvidos pelos parlamentares está o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, cujas revelações explicam muito das escolhas do Planalto durante a crise sanitária. Entre elas está a participação de Carlos Bolsonaro, o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, em reuniões que envolviam o enfrentamento à Covid-19, ocasiões em que tomava nota de tudo o que era conversado. Segundo Mandetta, Carlos fazia parte de uma “assessoria paralela” que influenciava as decisões do chefe do Executivo. Agora, os parlamentares querem ouvir Carlos Bolsonaro para esclarecer pontos da investigação.

Em outro momento importante, Mandetta afirma que teve a impressão de que a estratégia do governo federal desde o início da pandemia, quando ele ainda era Ministro da Saúde, seria atingir a imunidade de rebanho. Ou seja: permitir e incentivar que o maior número de pessoas se infectasse com o coronavírus o mais rapidamente possível, para assim atingir uma espécie de imunidade natural coletiva. Mandetta afirma que Bolsonaro foi alertado de que se as medidas de isolamento social não fossem seguidas, um grande número de mortes ocorreria, como ocorreu, no país.

Já o ministro que sucedeu Mandetta na Saúde, Nelson Teich, disse em seu depoimento à Comissão que a imunidade de rebanho não teria sido colocada como estratégia em sua gestão. Para Teich, que é médico, essa estratégia seria um erro. “A imunidade você vai ter através da vacina, não através de pessoas sendo infectadas”, afirmou. No entanto, apesar de não defender a tese abertamente, o presidente fez discursos nos quais afirmou que o isolamento social deveria ser feito apenas por idosos e fez elogios a países que haviam adotado a estratégia da imunização de rebanho. “Se isso é verdadeiro, o presidente incorreu em um grave crime, que representa um dolo eventual, ou seja, que ele correu o risco de causar um dano irreversível às pessoas com essa tese. E isso se transforma em um grave crime de responsabilidade”, avaliou o senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI.

O atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga, foi o último a depor até o momento. Como era de se esperar, ele evitou se posicionar sobre temas defendidos por Bolsonaro, como os medicamentos sem comprovação contra a doença (cloroquina, por exemplo). Queiroga também saiu pela tangente a respeito das polêmicas falas do “capitão”, que condena o lockdown e até o uso de máscaras.

Pazuello tenta fugir da CPI

Entre os depoimentos previstos para as próximas semanas está o do mais recente ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, marcado para 19 de maio. O militar conseguiu transferir o depoimento, que deveria já ter ocorrido no dia 5 de maio, alegando que teve contato com assessores infectados pelo coronavírus. No entanto, um dia depois da primeira data marcada para o depoimento, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, foi visto saindo do Hotel onde Pazuello está hospedado em Brasília.

A situação causou polêmica durante a sessão em que Queiroga depôs, na noite de quinta-feira (6). “Querer, neste momento, questionar se ele recebeu ou não recebeu, com todo o respeito, não é papel da CPI”, declarou Marcos Rogério (DEM-RO), da base governista na comissão, a respeito da possibilidade de Lorenzoni ter visitado Pazuello. Por outro lado, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), acredita que Pazuello teria agido de má-fé. “A Comissão Parlamentar tem competência, sim, para determinar condução coercitiva, caso reste demonstrada a má-fe como ele está demonstrando”, disse.

Assim como o general, Bolsonaro parece estar amedrontado com os trabalhos da Comissão que não se cansa de atacar. Na última sexta-feira, ele voltou a ameaçar a edição de um decreto para impedir prefeitos e governadores de promover medidas de isolamento social.

Mesmo que a tese da imunidade de rebanho ainda deva ser esclarecida pelos trabalhos da CPI, o presidente deu uma pista de que seu pensamento não anda muito longe daquela lógica. “Todos nós preferimos morrer lutando do que perecer em casa”, defendeu em discurso durante um evento na cidade de Porto Velho (RO).

Você precisa saber

Jogo da Maria Gotinha ensina sobre importância da vacinação contra Covid-19

Enquanto a vacinação no Brasil do mundo real anda a passos lentos, o jogo online Vacc ensina sobre aspectos relacionados à vacinação contra a Covid-19 e conscientiza sobre sua importância de forma lúdica. Na brincadeira, o jogador pode se transformar na Maria Gotinha, espécie de versão feminina do Zé Gotinha, e sair distribuindo vacinas à população.

O game foi criado por cientistas ligados à campanha Todos pela Vacina e ensina sobre a dinâmica da imunização e conceitos relacionados à pandemia. O objetivo do jogador é conduzir Maria Gotinha, que segura uma seringa para disparar vacinas nas pessoas ao redor, e driblar as fake-news, aglomerações e outros “inimigos” da personagem que tentam atrapalhar sua tarefa.

O jogo está disponível online e para download pelo Google Play.

Ex-feminista Sara Winter terá que indenizar professora da UnB por danos morais

A ex-feminista e atual bolsonarista Sara Winter terá que pagar 10 mil reais à antropóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB) Debora Diniz a título de indenização por danos morais. A decisão levou em consideração que a extremista de direita ofendeu a professora ao acusá-la de defensora da prática de tortura, devido ao posicionamento da antropóloga a favor do aborto de uma menina de 10 anos que havia engravidado depois de ser estuprada pelo tio.

A fala foi durante uma transmissão de Sara Winter em um canal de YouTube com milhares de telespectadores, violando a honra de Diniz. “A alegação é forte, desnecessária e não baseada em qualquer evidência. Comparar um procedimento médico qualquer com tortura, nos tempos de hoje, beira a má-fé”, considerou o juiz Arthur Lachter, da 19ª Vara Cível de Brasília.

Sara Winter ainda pode recorrer da decisão.

Análises

Pandemia coloca em risco saúde mental dos trabalhadores brasileiros

Por escritório Machado Silva e Palmisciano Advogados

Os casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez cresceram em 26% de 2019 a 2020, segundo dados oficiais do governo. As causas desses transtornos mentais se intensificaram durante a quarentena, segundo a psicóloga citada no texto: desvalorização, jornadas exaustivas, assédio, insegurança econômica. O artigo lista gatilhos comuns, nos quais se deve prestar atenção, e também traz sugestões de como lidar com o trabalho durante o isolamento social. Continue lendo.

Antes de sair…

Eventos

  • Amanhã, dia 12/5, às 10h, a OAB e a Academia Sino-Lusófona da Universidade de Coimbra (ASL-UC) promovem a conferência “Desenvolvimento Sustentável e Transição Digital”. É no YouTube.
  • Na quinta-feira, dia 13/5, o documentário “A Utopia dos Direitos Humanos” instiga debate sobre organizações internacionais no VII Edição do Cine RI: Carreiras Internacionais. Não é necessário inscrição prévia.
  • Na sexta, 14/5, às 10h, o webinar “Payments 4.0” discute tecnologias, regulações e novos atores no mercado de pagamentos no Brasil.
  • E na próxima segunda, dia 17/5, começa o 9º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação, que tem como tema as mudanças climáticas e as cidades do futuro. É necessário se inscrever com antecedência.

Dicas culturais

  • Literatura I: hoje, 11/5, às 20h, a obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu será analisada pela escritora e cronista Martha Medeiros, no programa literário Letra em Cena on-line. O jornalista e curador do programa do Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte (MG), José Eduardo Gonçalves também participa da conversa, transmitida via YouTube.
  • Literatura II: amanhã, dia 12/5, às 19h, acontece o lançamento do romance “A filha do Dilúvio”, de Miguel da Costa Franco. Durante a live, o autor conversa com a escritora Leticia Wierzchowski e o jornalista e escritor Rafael Guimaraens sobre a estrutura de seu romance e as questões abordadas no livro.

Empresa volta a fabricar camiseta fora de estoque especialmente para menino autista

Para mostrar que nem só de capitalismo selvagem vive o mercado têxtil, uma empresa de roupas infantis de Jaraguá do Sul deu uma lição de empatia ao voltar a fabricar uma camiseta já fora de estoque especialmente para um menino autista do Paraná.

Para o desespero dos pais, o pequeno Pedro Henrique, de 5 anos, só aceita usar uma camiseta entre todas as que tem em seu guarda-roupas: aquela verde, cinza e branca. O menino é autista e bastante apegado à peça, comportamento comum a pessoas dentro do espectro. Enquanto ele tomava banho, a camiseta era lavada e secada às pressas para que o garoto tivesse com o que se vestir.

Para solucionar a situação, o pai de Pedrinho, como a família chama a criança, foi procurar na Internet mais camisetas iguais para adquirir para o garoto. Mas, ao fazer contato com a fabricante, descobriu que a peça não estava mais sendo produzida.

Após explicar a situação, os responsáveis pela empresa se sensibilizaram e resolveram voltar a produzir a camiseta especialmente para o menino. E não é só isso: eles fizeram 30 peças iguais, de diversos tamanhos, para acompanhar o crescimento de Pedrinho. De brinde, ainda mandaram brinquedos, outras roupas e um presente para o irmão mais velho do garoto.