Vilão da cesta básica, arroz puxa alta da inflação em agosto | Rede Lado
Escolha uma Página

Rede Lado

set 15, 2020

Vilão da cesta básica, arroz puxa alta da inflação em agosto

Não é que o arroz foi a única coisa que aumentou na cesta básica em agosto, quando a inflação cresceu 0,24% – a dos alimentos soma alta de 8,83% nos…

Não é que o arroz foi a única coisa que aumentou na cesta básica em agosto, quando a inflação cresceu 0,24% – a dos alimentos soma alta de 8,83% nos últimos 12 meses. Mas como o arroz é uma alimentos principais no prato de brasileiros e brasileiras, e subiu 19,2% no período seu preço, ele reflete as dificuldades do momento.

Não é que o arroz foi a única coisa que aumentou na cesta básica em agosto, quando a inflação cresceu 0,24% – a dos alimentos soma alta de 8,83% nos últimos 12 meses. Mas como o arroz é uma alimentos principais no prato de brasileiros e brasileiras, e subiu 19,2% no período seu preço, ele reflete as dificuldades do momento.

Dois fatores são apontados para o aumento dos preços. Em primeiro lugar, a desvalorização do real. Como insumos de produção normalmente são cotados em dólar, a alta da moeda norte-americana encarece a produção. Ao mesmo tempo, deixa mais vantajoso exportar o alimento do que vendê-lo aqui no Brasil: as exportações triplicaram desde o início da pandemia, ao passo que as importações caíram 60%, o que levou o governo a incentivar o setor.

O crescimento da exportação também significa que há menos produto no mercado interno. Ainda que a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) descarte desabastecimento, a menor oferta com a maior demanda são uma conta que acaba com preços mais caro todas as vezes.

A demanda, aliás, é o outro fator que contribuiu para o aumento da conta, já que o auxílio emergencial do governo federal na pandemia injetou 250 bilhões de reais na economia. Famílias pobres, segundo o IBGE, gastam 22% do orçamento familiar com alimentação. Além disso, o dinheiro na mão do consumidor significa também que, sabendo que existe como pagar, quem vende comida sabe que pode aumentar os preços.

Na última quarta-feira, mesmo dia em que o IBGE informou a inflação de agosto, a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pediu explicações a supermercadistas e produtores sobre a alta de preços. Já o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo ao “patriotismo” de comerciantes e pediu que os produtos da cesta básica fossem vendidos com menor margem de lucro.

O chefe do executivo viu sua popularidade crescer nos últimos meses em função do auxílio emergencial. Mas, agora, o mesmo programa traz dois desafios: o benefício, estendido até o fim do ano, foi reduzido de 600 para 300 reais; e, se não bastasse, a alta de preços diminui o poder de compra das famílias. No caso do arroz, a notícia é ainda pior: com a entressafra, só em 2021 para o bolso sentir diferença.

Pior para os mais pobres – Segundo o IPEA, considerando os produtos consumidos pelas diferentes faixas de renda, a alta no supermercado foi pior para os mais pobres. Enquanto média geral a inflação subiu 0,24% em agosto, para quem ganha até 1.650 reais por mês o índice foi 0,38% mais alto, puxado pelo encarecimento de alimentos e bebidas. Para quem ganha mais de 16,5 mil reais, no entanto, houve queda de 0,10% em agosto: baixa atribuída à retração no preço de passagens aéreas e seguros veiculares.

Você precisa saber

Proporcionalidade de recursos para candidatos negros ainda em 2020

Candidatas e candidatos negros passarão a ter tempo de propaganda e recursos do fundo eleitoral, em divisão proporcional à dos brancos. Em decisão de agosto, o Tribunal Superior Eleitoral já havia aprovado a nova divisão, que o ministro Luís Roberto Barroso entendeu ser uma forma de combater o racismo. Mas, à época, a mudança só valeria para as eleições de 2022.

Agora, o STF determinou que a proporcionalidade seja ainda para as eleições de 2020. Isso porque, segundo o ministro do STF Ricardo Lewandowski, a alteração não atinge o processo eleitoral – para a qual seria preciso ter tempo para ajustes –, e por isso já pode começar a valer agora.

Bolsonaro deve nomear mais um reitor que perdeu eleição interna, desta vez na UFRGS

O presidente Jair Bolsonaro não deve respeitar a escolha da comunidade acadêmica para a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo o deputado gaúcho Bibo Nunes (PSL), o chefe do Executivo vai nomear a chapa que ficou em último lugar.

As instituições federais de ensino têm eleições internas para a escolha de reitores e reitoras: mas essas eleições não definem, de fato, quem vai comandar a universidade ou instituto federal. A prerrogativa é do presidente da República, que recebe uma lista tríplice (com três opções) e tradicionalmente dá posse à chapa vencedora da consulta à comunidade universitária – que inclui professores, servidoras e servidores técnico-administrativos, e alunos.

A polêmica envolvendo a reitoria da UFRGS também envolve a da Universidade Federal do Paraná, onde a chapa menos votada, mas alinhada com o governo federal, também pode ser a escolhida pelo presidente. Na verdade, segundo levantamento do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), até agosto Bolsonaro interferiu em 11 nomeações, contrariando a vontade manifestada pelo público de cada universidade ou instituto. Em alguns casos, não apenas nomeando candidaturas menos votadas, mas escolhendo nomes fora da lista tríplice.

Análises

O aumento desenfreado do desmatamento na Amazônia e o desmonte da proteção animal

Por Marília Pacheco Sipolim do escritório Advocacia Scalassara & Associados

Desde que iniciou o governo de Jair Bolsonaro, a taxa de desmatamento da Amazônia aumentou já duas vezes seguidas: na última, foi 34% superior à dos 12 meses anteriores. A piora no problema reflete o desmonte da fiscalização e da gestão do Ministério do Meio Ambiente, promovido pelo próprio ministro da pasta, Ricardo Salles, explica o artigo. A autora detalha os quatro eixos “antiambientais” de desestruturação em que o Ministério Público Federal dividiu as ações de Salles, em pedido de improbidade administrativa: normativa, orçamentária, fiscalizatória e dos órgãos de transparência e participação. Continue lendo.

De qual Reforma Administrativa precisamos?

Por Camilla Louise Galdino Cândido e Jéssica Carneiro Rodrigues, do escritório LBS Advogados

A nova Reforma Administrativa que o governo Bolsonaro encaminhou para o Congresso se baseia na velha justificativa de reduzir despesas obrigatórias. A PEC, no entanto, precariza as condições de trabalho no serviço público e abre espaço para a corrupção ao facilitar a demissão de servidores que investiguem ou denunciem irregularidades, pontuam as autoras. O texto ainda ressalta que a divisão em três categorias garante mais direitos ao alto escalão, retirando-os de servidores da saúde e da educação, por exemplo. Continue lendo.

Antes de sair…

Eventos

  • Entre os eventos do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, hoje, 15/9, às 16h, tem o webinar “Os impactos da pandemia na saúde mental”. Dia 17/9 rola o painel “Viver é a melhor opção”, às 17h. E dia 18, às 16h, tem a conversa “Saúde mental: O ‘home’ e o ‘office’ precisam se entender mesmo na pandemia e fora dela”, que faz parte da programação de um ciclo de conversas mais amplo.
  • Amanhã, 16/9, às 18h, o seminário “Pandemia: comportamento e neurociência” fala sobre as alterações de atitude em função das pressões do coronavírus.
  • Também dia 16/9 e também às 18h, o webinar “Eleições nos EUA: história e perspectivas” aborda a polarização no pleito estadunidense e o impacto social dela para o Brasil.
  • Dia 17/9, às 13h45, a mesa redonda “Perdas e desperdícios de alimentos” inicia a 12ª edição do Encontro Sabores e Saberes. O impacto do desperdício no pós-pandemia é um dos temas centrais deste ano.

Dicas culturais

  • Cinema I: Neste mês, finalmente o público poderá conhecer Madá, protagonista do filme Três Verões, de Sandra Kogut, interpretada por Regina Casé. A personagem é caseira de uma luxuosa residência de veraneio, pertencente a uma família que se desmantela em função dos dramas políticos do país. Exibido em drive-ins desde a semana passada, o longa estreia nas plataformas de streaming no dia 16 de setembro.
  • Cinema II: A 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado começa 18 e vai até 26 de setembro. A programação da semana também tem a nova edição da mostra Cine África do Sesc, com novas exibições de filmes africanos todas as quintas, em formato digital.
  • Lives: sexta tem Gusttavo Lima e Daniel, e sábado, Wesley Safadão e Bruno e Marrone, tudo no YouTube. Domingo é dia de Samba da Opinião. Veja a agenda de lives da semana.

Maya Gabeira bate novo recorde mundial com onda de 22,4 metros

A surfista brasileira Maya Gabeira quebrou o próprio recorde mundial feminino ao surfar uma onda de 22,4 metros (73,5 pés), a maior registrada neste ano na praia portuguesa de Nazaré. O feito é de fevereiro, mas as medições oficiais só saíram agora, dia 10. A pedido da própria Gabeira, o instituto científico Scripps, responsável pela criação de ondas artificiais para treino do surfista Kelly Slater, fez as medições independentes anotadas pelo Guinness Book.

A brasileira, aliás, já estava no livro dos recordes por ter dominado uma onda de 20,7 metros em 2018. Antes disso, em 2013, Gabeira quase morreu em um acidente na mesma praia.

As ondas gigantescas de Nazaré estão entre os desafios mais perigosos no mundo do surfe – o recorde masculino, do brasileiro Rodrigo Koxa, também é lá, numa onda de 24,3 metros.