Depois de nove meses parado, foi retomado na última quinta-feira (1º) o julgamento da Revisão da Vida toda no Supremo Tribunal Federal (STF). Por maioria apertada – seis votos a cinco – os ministros decidiram que deve ser aplicada a regra mais benéfica para os aposentados no cálculo dos segurados que ingressaram no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) antes da Lei 9.876/1999.
Isso significa que os trabalhadores que tinham melhores salários até 1994 e foram prejudicados pela lei de 1999, que passou a considerar a média de todos os salários para o cálculo, têm direito a rever esses montantes e aplicar a lei anterior, que considerava 80% das maiores contribuições posteriores a julho de 1994 para o cálculo, se ela for mais benéfica. “Revisão da vida toda é uma ação de exceção. O segurado deve atender a esses requisitos para não ser prejudicado. Além disso, é preciso fazer os cálculos, pois não compensa para todo mundo”, afirma o especialista João Badari.
A nova forma de cálculo beneficia não apenas os aposentados, mas também pensionistas, pessoas que recebem auxílio doença e aposentadoria por invalidez. Por ter repercussão geral, a decisão deve ser seguida por tribunais de todo o país e acelerar processos que já estavam aguardando julgamento.
Manobra não afetou resultado
Apesar do resultado ter sido confirmado apenas na última semana, os votos já haviam sido registrados em fevereiro deste ano. Na ocasião, o ministro Kassio Nunes Marques, indicado pelo atual presidente Jair Bolsonaro, pediu que o julgamento, na época em plenário virtual, fosse reiniciado em plenário físico.
Na época, a atitude foi vista como uma manobra de Marques na tentativa de alterar o resultado do julgamento, pois as regras do plenário virtual impediam que o voto do relator Marco Aurélio de Mello – que se aposentou e votou a favor da tese –, fosse aproveitado, fazendo com que o novo ministro, André Mendonça, pudesse mudar o placar. No entanto, por decisão do colegiado, os votos de Melo permanecem válidos mesmo depois de sua aposentadoria.
Você precisa saber
Ministério Público do Trabalho promove reunião sobre inclusão de LGBTQIAPN+ no mercado
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco promoveu um debate sobre medidas para aumentar a empregabilidade de pessoas LGBTQIAPN+. Na ocasião, a procuradora do Trabalho e vice-coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), Melícia Carvalho Mesel, destacou a necessidade de envolver toda a sociedade na iniciativa. “É preciso articular, junto aos sistemas público e privado, parcerias que sejam capazes de gerar resultados eficazes. Precisamos pensar em formas de garantir não apenas a inclusão desse grupo social tão vulnerável no mercado de trabalho, mas também proporcionar a formação profissional continuada deles”, destacou. Entre as ações concretas propostas está a inclusão de cláusulas em licitações que exijam às terceirizadas a contratação de pessoas LGBTQIAPN+. A ideia da promotora é convidar outros atores públicos e sociais para futuras reuniões que discutirão o tema.
Governo Bolsonaro leva Brasil a recorde de pessoas na pobreza e extrema pobreza
Dados publicados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil bateu um triste e doloroso recorde: são 80,4 milhões de pessoas na pobreza e na extrema pobreza. Isso significa que quase 38% da população vive com muito menos do que o necessário para suprir as necessidades básicas (a linha de pobreza considera rendimentos equivalentes a 486 reais mensais per capita; e a da extrema pobreza, 168 reais mensais per capita). Este é o pior resultado desde o início da série histórica iniciada em 2012. O resultado demonstra que a condução da economia no governo, sob comando do ministro Paulo Guedes, foi desastrosa e impactou na vida dos mais vulneráveis: crianças, pretos, pardos, mulheres e nordestinos são os que mais sofrem com a penúria.
Análises
Gratuidade da Justiça nas ações coletivas
Por Franciele Carvalho e Juliana Dias, do escritório LBS Advogados
Com base constitucional, a gratuidade de ações coletivas é um instrumento importante para trabalhadores e trabalhadoras garantirem seus direitos sem medo de represálias e de forma econômica. Apesar das recorrentes tentativas de fazer com que movimentos sindicais paguem custas e honorários de ações que são gratuitas, alguns tribunais já ratificaram a isenção das despesas. Continue lendo
Eventos
- Nos dias 6 e 7/12 ocorre a 2ª edição do evento online “Diálogos sobre o Agronegócio” com realização da CEU Law School.
- Seminário online aborda as alterações na Lei de Defesa da Concorrência, as tendências e as perspectivas do antitruste no dia 7/12, das 9h às 12h30.
- Também no dia 7/12, às 18h, tem o webinar “Direito da Concorrência e plataformas digitais”.
- Ainda na quarta, 7/12, das 19h às 21h, evento online aborda as novas regras sobre o teletrabalho.
- “De que reforma trabalhista precisamos?” é o tema do debate virtual que ocorre na quinta-feira, 8/12, às 14h.
Dicas culturais
- Copa: a série de textos “A Copa é Nossa”, assinados por artistas e escritores de diferentes regiões do país, fala sobre a relação com o campeonato e o futebol.
- Cinema: o longa argentino “Breve História do Planeta Verde” chega às telonas do Brasil com a marca de ter recebido o Teddy, concedido a filmes com temática LGBTQIAP+, no Festival de Berlim.
- Música: o cantor Silva lança na sexta-feira, 9/12, o álbum ao vivo “Bloco do Silva #2”, com hits da axé music, do pagode e da MPB.
- Literatura: a presença de Machado de Assis no exterior é tema de debates dentro do programa Conexões Itaú Cultural entre 6 e 8/12.