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out 27, 2021

Volta ao trabalho presencial: distúrbios psicológicos se multiplicam por conta da Covid-19

Mais da metade dos trabalhadores entrevistados em vários países pela empresa de seleção Hays afirmaram que a pandemia teve um impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar. Em pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),…

Mais da metade dos trabalhadores entrevistados em vários países pela empresa de seleção Hays afirmaram que a pandemia teve um impacto negativo na qualidade de vida e bem-estar. Em pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 47,3% dos trabalhadores brasileiros foram afetados por sintomas de depressão e ansiedade por conta da pandemia.  

De acordo com novo relatório da Organização Mundial da Saúde, no novo Atlas de Saúde Mental, mostra-se um panorama de fracasso mundial na oferta de programa a trabalhadores que precisam de serviços de apoio à saúde mental. José de las Morenas, coordenador da Secretaria Geral da saúde do Trabalho da central sindical espanhola, a UGT, afirma que a verdadeira pandemia está por chegar: a da saúde mental.  

A Associação Internacional de Gestão do Estresse (International Stress Management Association – Isma) aponta que a Síndrome de Burnout atinge mais de 33 milhões de brasileiros e este número tende a aumentar. Porém, em países como Espanha, há um contraponto: a frustração na volta ao trabalho presencial. Trabalhadores se adaptaram ao trabalho em casa e voltar ao escritório está gerando um novo impacto na saúde mental.  

Em estudos da Universidade Autônoma de Barcelona, verificou-se 72 pesquisas mundiais dos últimos dez anos sobre o assunto e foi confirmado que, quando se trabalha em condições de baixo poder decisório sobre tarefas e também mais precários que a própria casa, a chance de cair em depressão é de 77%. Além disso, caso haja insegurança trabalhista, o número é de 71% para depressão e 77% para ansiedade. Isabel Aranda, membro do Conselho de Psicologia de Madri, diz que é um escândalo que estas doenças não sejam consideradas doenças trabalhistas. 

Vários trabalhadores no mundo todo se recusam a voltar ao trabalho no escritório, caso da Apple, por exemplo. Em pesquisa feita nos Estados Unidos, 44% preferem continuar trabalhando em casa, contra 39% que quer a volta ao trabalho presencial.  

Fonte: El País