Desemprego e inflação: por que trabalhadores não tiveram o que comemorar em 1º de maio | Rede Lado

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maio 9, 2022

Desemprego e inflação: por que trabalhadores não tiveram o que comemorar em 1º de maio

Com a passagem de mais um Dia do Trabalhador, um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostrou em dados o que o trabalhador brasileiro está literalmente cansado…

Com a passagem de mais um Dia do Trabalhador, um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostrou em dados o que o trabalhador brasileiro está literalmente cansado de viver em seu dia a dia: um cenário de desemprego e queda no poder de compra das famílias brasileiras. Ainda que o mercado de trabalho mostre melhora após dois anos de pandemia, com o lento aparecimento de novas vagas, ainda temos mais de 12 milhões de desempregados. 

Entre os culpados pelo cenário desanimador, de acordo com o estudo, estão a pandemia de Covid-19, a inflação crescente, os impactos que a guerra na Ucrânia provocou na economia internacional e a “inação de um governo mais preocupado em agradar as bases políticas do que em dar respostas concretas para os problemas da população”, conforme o boletim. Os mais afetados são os trabalhadores sem proteção trabalhista ou previdenciária, cujas vagas agora impulsionam a singela melhora nos números de contratações. No fim de 2021, 34 milhões estavam em ocupações sem proteção, ou seja, 35% dos trabalhadores.

Além da precarização das contratações, a inflação segue mantendo a tendência de alta, segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste ano, o índice pode chegar a 6,5%, muito acima do previsto.  Atualmente, o rendimento médio do trabalhador brasileiro não passa de 2.377 reais, e 54% ganha 1.500 reais ou menos. A conta simplesmente não fecha.

Cesta básica segue em alta

E é preciso mesmo ser bom em fechar contas quando o salário não cobre as despesas nem mesmo da alimentação. Isso porque até os produtos mais básicos, como o óleo de soja, o pão francês, a farinha de trigo, o leite integral, a manteiga e a batata estão cada vez mais caros, segundo o próprio DIEESE. Em abril, todas as 17 capitais pesquisadas tiveram alta nos preços da cesta básica. Dessa forma, seria necessário um salário mínimo de 6.754,33 reais, ou 5,57 vezes o mínimo de 1.212,00 reais em abril de 2022 para a manutenção de uma família de quatro pessoas.

Você precisa saber

Número de novos eleitores entre 16 e 18 anos bate recorde no cadastro eleitoral

Entre janeiro e abril deste ano, mais de 2 milhões de adolescentes com idades entre 16 e 18 anos se cadastraram para votar nas Eleições 2022 no Brasil. O número foi um recorde, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e representa um aumento de 47,2% em relação ao mesmo período em 2018; e de 57,4% em relação aos quatro primeiros meses de 2014.  A Justiça Eleitoral realizou uma campanha entre 14 e 18 de março para alavancar os números e a resposta foi considerada “impressionante” pelo presidente do Tribunal, ministro Edson Fachin. O sistema de regularização registrou recorde de acessos nos últimos dias, quando foram contabilizados cerca de 1 milhão de acessos. 

PL da Enfermagem é aprovado na Câmara e garante piso à categoria

Uma vitória histórica, é como está sendo recebida a notícia de que foi aprovado o Projeto de Lei que garante a trabalhadores e trabalhadoras de enfermagem um piso salarial. Depois de 30 anos de espera, o texto foi aprovado na Câmara por 449 votos favoráveis e 12 contrários, como resposta à mobilização da categoria. De autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), o PL prevê piso de 4.750 reais para enfermeiros, de 3.325 reais para técnicos de enfermagem, 2.375 reais para auxiliares de enfermagem e para parteiras. Já aprovado pelo Senado, agora depende apenas da sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Análises

80% dos clientes de planos de saúde terão que recorrer ao SUS, diz pesquisadora Ligia Bahia
Por Advocacia Scalassara

A página reproduz os principais trechos da entrevista do Intercept com a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia. Formada em medicina e doutora em saúde pública, ela estuda o mercado de saúde suplementar e a regulamentação dos convênios médicos no Brasil e fala sobre o tema no artigo. Continue lendo

Lado a Lado

Carol Naine – Ser artista independente no Brasil

Nossa convidada deste episódio do podcast Lado a Lado é a cantora e compositora carioca Carol Naine. Em 2015 ela foi indicada pelo Buzzfeed como um dos 20 nomes da nova MPB e, entre 2016 e 2020, premiada em vários festivais de música e canção.

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Eventos

  • Hoje, 10/5, às 10h30, tem live de lançamento da publicação “Trabalho Infantil: Guia para cobertura jornalística” elaborada pela ANDI — Comunicação e Direitos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

  •  Na próxima terça-feira, 17/5, às 19h, o evento CineDebate exibe os curtas-metragens “L’altra par” e “¿Qué es el ciberfeminismo?” seguida de roda de conversa sobre a temática habitar digital: para onde caminhamos?

  •  Já passou, mas ainda vale: o papel da Universidade na luta contra o racismo e em defesa das políticas afirmativas foi o tema da aula magna de 2022 da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, cujo vídeo segue disponível no YouTube após o fim da transmissão. 

Dicas culturais

  • Cinema: estreou nas telonas brasileiras na última semana o filme “Downton Abbey II: Uma Nova Era”, sequência cinematográfica da série de TV que retrata a aristocrática família Crawley.

  • Teatro:  a Cia. de Teatro Nu Escuro apresenta até 29/5 o espetáculo Plural em formato online.

  • Música: Margareth Menezes se engajou em ação do Pacto Global da ONU e gravou a música “Salário Digno” em parceria com a rapper MC Soffia e o trio Gilsons.

Mulher com perna amputada corre 104 maratonas consecutivas e pode ter nome no livro dos recordes
Um câncer que obrigou os médicos a amputarem uma das pernas da sul-africana Jacky Hunt-Broersma, de 46 anos, não foi capaz de parar seu ímpeto. Depois da traumática experiência, aos 26 anos, a mulher começou a correr quase como um capricho. “Sou uma pessoa de tudo ou nada, então me joguei”, explica. “Adoro ultrapassar limites e ver até onde posso ir.” Entre janeiro e o último dia 30 de abril ela correu 42 quilômetros todos os dias e pode ter batido o recorde de mais maratonas consecutivas no Guiness Book. A marca feminina, atualmente, pertence à estadunidense Alyssa Amos Clark, uma atleta não amputada que correu 95 maratonas consecutivas. A organização está analisando o feito e pode levar cerca de três meses para dar uma resposta. “Parte de mim estava muito feliz por ter terminado”, disse. “E a outra parte continuou pensando que eu preciso correr.”