Geração Z chega ao mercado de trabalho e quer direitos e benefícios além da CLT | Rede Lado
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set 17, 2024

Geração Z chega ao mercado de trabalho e quer direitos e benefícios além da CLT

Não é que os jovens nascidos entre os anos 1995 e 2000 não queiram mais trabalhos com contrato CLT, o que acontece com a chamada Geração Z é que eles…

Não é que os jovens nascidos entre os anos 1995 e 2000 não queiram mais trabalhos com contrato CLT, o que acontece com a chamada Geração Z é que eles estão atrás de direitos e benefícios que vão muito além daqueles já garantidos pela legislação octogenária, a qual consideram ultrapassada. Em um mercado cada vez mais jovem os trabalhadores desta faixa etária procuram por por empresas e locais de trabalho que vão ao encontro de valores pessoais, com rotinas menos exaustivas e oportunidades que dão mais significado ao vínculo empregatício, aspectos ponderados junto com jornada de trabalho e remuneração.

Ainda que seja o melhor regime para terem direitos básicos garantidos, a CLT é vista pela Geração Z como pouco flexível. De acordo com o relatório “Report Geração Z e o Futuro do Trabalho”, produzido pela consultoria Subversiva, o que os jovens mais querem encontrar em uma empresa é um ambiente de trabalho que promova a criatividade, autonomia, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oportunize bem-estar e qualidade de vida.

Outro fenômeno que vem sendo observado junto com a inserção dessa parcela da população no mercado de trabalho é o conflito com as gerações anteriores. Enquanto os mais velhos tinham como foco consolidar uma carreira, os mais novos procuram um propósito maior em suas colocações. “O mundo do trabalho não corresponde mais àquilo que historicamente foi, discursivamente, construído para nós como uma verdade inabalável, que: o mundo do trabalho é um lugar onde você encontrará realização pessoal e ascensão econômica”, explica Thatiana Capellano, mestre em Ciência Sociais pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP) e sócia-fundadora da 4CO Comunicação e Cultura Organizacional. “Essa idealização do trabalho está fadada a cair por completo, e não apenas para Geração Z, mas de modo generalizado. É preciso olhar os fenômenos como sintomas”, completa.

No entanto, essa tarefa não tem sido facilitada pelo mercado, que nem sempre tem posições disponíveis para aqueles que procuram os primeiros empregos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2024 o país tinha um contingente de 4,6 milhões de jovens “nem-nem”, ou seja, que não estudam nem trabalham. Desses, a maioria é de negros (65%) e mulheres (51%).

O perfil de vagas que estes jovens estão ocupando também mudou: se no início dos anos 2000 era comum se conseguir um primeiro emprego em posições de atendimento ao público (como call centers e varejo), hoje a porta de entrada são os trabalhos em plataformas, sem acesso a direitos e sem uma estrutura organizacional que ofereça possibilidade de aprendizado e crescimento.

Seminário

Com o objetivo de debater, de forma interdisciplinar, a crise que ocorre entre as classes trabalhadoras em relação à disputa submissão x subordinação no emprego via CLT e os motivos que causam conflitos geracionais por conta disso, a Rede Lado realiza em novembro o Seminário “Em que mundo você vive: direito sem trabalho, trabalho sem direitos?”. O Painel 2, previsto na programação do evento, tem como tema “Direito sem trabalho, trabalho sem direitos?” para falar sobre este assunto, com a participação de Thatiana Cappellano.

O evento ocorrerá nos dias 7 e 8 de novembro, das 10h às 17h em ambas datas, no Hotel Intercity Paulista, em São Paulo (SP). As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelo site Sympla por 400 reais a inteira. Pessoas aposentadas, integrantes de entidades sindicais, professores e professoras, além de estudantes têm direito a meia-entrada. As comprovações devem ser feitas no credenciamento do evento.

Você precisa saber

Agricultura familiar pode ser caminho para valorização do trabalho de metalúrgicos no Brasil – Bom para a agricultura familiar, bom para a economia e bom para o meio ambiente: a união entre pequenos agricultores e metalúrgicos pode ser um caminho para o desenvolvimento de ambos os setores no Brasil. Visando o envolvimento dos metalúrgicos na campanha junto ao governo para que a produção de máquinas agrícolas usada pela agricultura familiar tenha como prioridade a produção nacional, os trabalhadores participaram do Seminário Regional Sudeste de Máquinas e Equipamentos para a Agricultura Familiar, realizado na última semana em São Paulo. A iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e entidades ligadas à agricultura familiar, pequenos agricultores, economia solidária, cooperativismo e indústria e máquinas e bens de capital, debate o uso de maquinário agrícola na agricultura familiar em todas as regiões brasileiras. “Essa indústria é fundamental para o desenvolvimento do Brasil, principalmente para a soberania alimentar e da segurança alimentar, fora outros temas tão importantes como a distribuição de renda no Brasil, que é uma questão tão difícil”, disse o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP, Erick Pereira da Silva, que representou a Confederação em um dos painéis de debate no primeiro dia de atividades. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), existem 108 mil trabalhadores na produção de máquinas e equipamentos agrícolas no Brasil.

Doenças mentais estão entre as principais causas de afastamentos do trabalho – Em meio ao Setembro Amarelo, que lembra a importância da saúde mental, o Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) alerta que as doenças mentais estão entre as principais causas de afastamentos do trabalho. A informação foi divulgada durante evento em Campina Grande (PB), onde ocorreu o 1º Sarau Cultural A arte cura, parte das ações de prevenção e combate ao assédio no ambiente laboral, que está entre as principais causas do adoecimento mental. De 2019 e 2023, as denúncias de assédio moral e assédio sexual no trabalho cresceram 179% na Paraíba. Foram 1.352 registros nos últimos cinco anos somente no estado nordestino. “Empresas, órgãos públicos e todos os empregadores têm obrigação de promover essas ações de saúde mental sob a temática da responsabilidade social. É extremamente importante que haja essa adesão, que haja programas de gerenciamento de adoecimento mental para trazer essa temática sob forma de palestras. É preciso levar especialistas para dentro do ambiente de trabalho para que o trabalhador possa falar porque, muitas vezes, a pessoa adoece e não fala. Isso a deixa mais doente e leva, infelizmente, ao suicídio. Então, tratar sobre o tema de uma forma mais leve e conscientizar é de extrema importância para que a gente combata essa chaga social que é o adoecimento mental”, destacou a procuradora do Trabalho Andressa Ribeiro Coutinho, coordenadora Regional da Coordigualdade/MPT (Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho.

Análises

Mudança INSS

Por escritório CCM Advogados

Beneficiários do INSS por incapacidade temporária precisam se atentar às novas regras que estão valendo para a prorrogação do afastamento. O artigo explica quais são as mudanças que a Portaria Conjunta Nº 49, publicada pelo INSS e Ministério da Previdência, trouxe para estes trabalhadores. Continue lendo

Antes de sair…

Eventos

  • Evento “A advocacia e a IA” ocorre no dia 17/9, às 9h, de forma on-line.
  • “Litigância Predatória: Perspectivas e estratégias para mitigar seus impactos” é tema de seminário on-line no dia 19/9, das 9h às 12h.
  • Formação virtual “Excel para profissionais do Direito” ocorre nos dias 23 e 24/9, das 19h às 22h.

Dicas culturais

  • Documentário: filme “Favela do Papa” aborda resistência de moradores da Favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, contra ordem de remoção na década de 1970. Disponível nas plataformas Disney Plus, Amazon Prime Video, Claro video e Looke.
  • Cinema: em cartaz nas telonas brasileiras, longa dinamarquês “Não Fale o Mal” é refilmagem de thriller de terror homônimo.
  • Literatura: livro “1,2,3,4! Contando o tempo com Os Paralamas do Sucesso”, do baterista João Barone, conta parte de sua história com a banda carioca.

Indígenas fazem ritual para reencontrar manto repatriado da Europa após 300 anos

Mais de 200 tupinambás se reuniram ao som de cantos e danças em um ritual para reencontrar uma peça muito especial: um manto sagrado que foi repatriado da Dinamarca após 300 anos. A peça de 1,80m de altura formada por milhares de penas vermelhas de pássaros guará teria sido levada para a Europa em 1689. Para o povo tupinambá, o manto é um ancestral e eles querem que o antepassado fique perto deles, no território que ocupam no litoral central da Bahia. Atualmente, o Museu Nacional faz a salvaguarda da peça no Rio de Janeiro. “Vamos dar esse voto de confiança ao Museu Nacional. Nós vamos para a nossa casa [depois das celebrações] e nosso ancião vai ficar. Mas, pode até demorar muito tempo, esperamos que o governo nos ajude a fazer um local onde ele possa ser preservado [em Olivença]”, disse a cacica Jamopoty Tupinambá. Para os indígenas, o retorno do manto é um bom presságio e a esperança é de que, agora, suas terras sejam devidamente demarcadas, como desejam há tempos. “Vivemos num território que tem 47 mil hectares, em três municípios, e abriga 8 mil tupinambás vivendo do extrativismo, da pesca, da agricultura. Esse território está identificado e delimitado pela Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas]. Ocupamos 80% desse território, porque fizemos nossa retomada e não resta mais nenhum impedimento para que o governo brasileiro assine a portaria declaratória do povo tupinambá”, disse o cacique Sussuarana Morubyxata Tupinambá.