Bancários lutam por fim de metas abusivas e assédio moral no ambiente de trabalho | Rede Lado
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jul 30, 2024

Bancários lutam por fim de metas abusivas e assédio moral no ambiente de trabalho

Dados alarmantes mostram que os bancos são responsáveis por 1,5% do total de afastamento por doenças no Brasil. Em 2022, a categoria foi, sozinha, responsável por 25% dos afastamentos por acidente…

Dados alarmantes mostram que os bancos são responsáveis por 1,5% do total de afastamento por doenças no Brasil. Em 2022, a categoria foi, sozinha, responsável por 25% dos afastamentos por acidente e 4,3% dos previdenciários, mostrando que a busca pelo cumprimento de metas abusivas têm cobrado caro da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

Os números foram apresentados na última semana pelo Comando Nacional dos Bancários para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante a Campanha Nacional Unificada.  “A saúde mental é uma prioridade e não pode continuar sendo sacrificada em nome de lucros. Só em 2023, os cinco maiores bancos do país lucraram 108,6 bilhões de reais. Mas, apesar do montante, nesse mesmo ano fecharam mais de 600 agências e demitiram mais de 2 mil funcionários. É uma lógica predatória, que visa o máximo de lucro, reduzindo o quadro de trabalhadores e sobrecarregando os que seguem contratados e que se submetem à gestão adoecedora, com medo de perderem seus empregos”, pontua a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

O adoecimento ligado à gestão por metas foi tema de uma nova rodada da mesa de negociações entre o Comando Nacional do Bancários e a Fenaban dentro da Campanha Nacional dos Bancários 2024 para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). As reivindicações dos trabalhadores sobre o tema se concentram em quatro eixos que buscam o equilíbrio na definição e na gestão das metas, combate ao assédio moral, humanização no atendimento a trabalhadores que acionam o INSS para afastamento por doenças e direito à desconexão, para que bancários não tenham que participar de reuniões ou recebam mensagens fora do horário laboral.

Bancos negam dados

Enquanto os dados colhidos com a categoria pelo Comando Nacional mostram que 67% têm preocupação constante com o trabalho; 60% cansaço e fadiga constante; e 53% se sentem desmotivados e sem vontade de ir trabalhar; a Fenaban nega que as informações são suficientes para comprovar que os casos de adoecimento mental estão ligados à atividade do trabalho bancário.

“Inúmeras pesquisas mostram essa correlação entre trabalho e saúde mental. Além disso, decisões judiciais, movidas pelo Ministério Público do Trabalho ou pelos próprios bancários, têm condenado os bancos por assédio moral e pressão por resultados. Também auditoras fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, em inspeções nos locais de trabalho, constatam essa relação”, rebate Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Você precisa saber

Mulher é resgata de trabalho escravo após ser mantida 46 anos como doméstica no RJ – Após ser mantida por 46 anos em situação análoga à escravidão por família, uma mulher de 59 anos foi resgatada em operação conjunta do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e da Auditoria-Fiscal do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, com apoio da Polícia Federal. A vítima foi levada de Pernambuco para o Rio de Janeiro pela família havia oito anos, mas desde os 13 ela trabalhava como doméstica para familiares dos atuais patrões. A mulher não recebia salário, não tinha folgas e nem se relacionava com pessoas de fora do círculo dos empregadores. “Verificou-se que a trabalhadora não tinha autonomia quanto a nenhum aspecto de sua vida. Não tinha autonomia financeira, sem ter acesso a salário ou renda, nem autonomia pessoal, vivendo permanentemente em situação de sujeição à família para a qual trabalhava, sendo que sua existência no período se resumia a esse trabalho. Trata-se de forma inaceitável de exploração do trabalho em condição análoga à de escravo, que deve ser coibida e repudiada pela sociedade, inclusive denunciando práticas similares”, defende o procurador do Trabalho Thiago Gurjão, que atuou no caso. Além de receber o seguro-desemprego, a trabalhadora resgatada terá reconhecido o vínculo de emprego e garantidos os pagamentos de salários e de verbas trabalhistas do período, além de indenização por dano moral.

Trabalhadora tem direito a adicional após afastamento por doença causada pelo empregador – Uma trabalhadora que teve seu adicional de atividade retirado pelos Correios após afastamento por doença ganhou na justiça trabalhista o direito a continuar recebendo a cifra, mesmo após ser afastada por doença causada pela função que exercia. A carteira precisou ser readaptada depois do tratamento de saúde e foi afastada das funções de distribuição e coleta de correspondências e encomendas em vias públicas pelos Correios. Por esse motivo, em janeiro de 2023, a empresa cortou o pagamento do adicional de atividade, mas a 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) interpretou que ela não pode ser prejudicava por um quadro de saúde provocado pelo próprio empregador.

Análises

25 de Julho – Dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha

Por escritório Machado Silva e Palmisciano Advogados

Para marcar a passagem do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25/7), o artigo enaltece mulheres que fizeram e fazem a diferença tanto em suas vidas como na vida de diversas mulheres. Entre elas estão nomes como o de Tereza de Benguela, Marielle Franco e Mercedes Baptista. Continue lendo

Antes de sair…

Eventos

  • Formação online “Honorários advocatícios sucumbenciais e contratuais: técnicas contratuais, relações entre sócios, sucessão de advogados, execução de honorários” ocorre no dia 31/7, às 19h.
  • Congresso Internacional de Direito do Terceiro Setor da OAB ocorre de forma virtual nos dias 05 e 06/08.

Dicas culturais

  • Cinema: premiado documentário “Fausto Fawcett na Cabeça” mapeia o universo poético do artista.
  • Música: Lô Borges lança em agosto “Tobogã”, sexto disco autoral de músicas inéditas apresentado pelo artista em seis anos.
  • Série: produção brasileira “Cidade de Deus: A Luta Não Para” ganhou seu primeiro trailer na última semana.

Jovem desiste de eutanásia após conseguir tratamento para pior dor do mundo

Uma história que tinha tudo para chegar a um fim dramático está caminhando para um desfecho novo e esperançoso. A jovem Carol Arruda, de 27 anos, que há poucas semanas pedia dinheiro em uma vaquinha para bancar sua eutanásia no exterior, agora se prepara para se ver livre daquela que é considerada a pior dor do mundo. Há anos ela sofre com neuralgia do trigêmeo e, depois da repercussão de seu caso, foi contatada por médicos que ofereceram uma nova opção de tratamento cirúrgico. Ela passará pelo implante de neuroestimuladores que devem bloquear a passagem de dor até o cérebro.  O tratamento foi oferecido gratuitamente pelo médico Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas (MG) e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED). “Estou em busca pelo alívio da dor, busca pela paz. Vou tentar, sim, esse tratamento que eu não conhecia”, disse Carol.