Um ano depois do resgate de mais de 200 trabalhadores flagrados em condições análogas a escravidão em vinícolas da serra gaúcha, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizaram uma nova fiscalização na região. A Operação In Vino Veritas passou por aproximadamente 300 propriedades apurando possíveis irregularidades trabalhistas e, de acordo com dados publicizados pela Auditoria Fiscal do Trabalho, houve um aumento de 2 mil para 7,1 mil no número de trabalhadores com carteira assinada nos locais, uma alta de 258% em relação a 2023.
Os safristas registrados nas vinícolas também estão em maior número neste ano: subiram de 2,1 mil em 2022 para 8,1 mil em 2024, segundo dados do eSocial. De acordo com a Auditoria Fiscal do Trabalho, 54% dos trabalhadores saem de outras cidades do Rio Grande do Sul, 38% são oriundos de outro estado e 9% são estrangeiros.
O superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Claudir Nespolo, avalia que mais carteiras assinadas significam mais garantias de recebimento dos montantes devidos e de condições de trabalho dignas. Para ele, o diálogo social construído após os eventos do ano passado e o trabalho conjunto das entidades fiscalizadoras contribuíram para melhorar as condições tanto no campo quanto nos alojamentos, refeições e na contratação com carteira assinada.
Novos flagrantes
No entanto, durante a Operação ainda foram encontrados 449 trabalhadores em situação irregular, de um total de 3,3 mil. Além disso, 27 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados no período da ofensiva e 11 adolescentes foram afastados do trabalho.
“O nosso sentimento, mesmo que seja de orgulho, também é de vergonha, por constatarmos que ainda há exploração de trabalho escravo em pleno século 21. A PRF é um órgão de Estado, que tem por finalidade o policiamento e a proteção. Enquanto nos permitirem, vamos continuar participando de operações assim e empenhados no combate a situações análogas a escravidão”, afirmou o superintendente da PRF, Anderson Nunes dos Santos.
Você precisa saber
Agência do Santander em SP recebe reclamações de clientes e funcionários devido à alta demanda e falta de pessoal – Uma agência do banco Santander na cidade de Osasco, em São Paulo, chamou a atenção do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região devido à situação “caótica” que já se tornou diária no local. A equação que mistura poucos bancários e muitos clientes tem resultado na superlotação e doenças laborais, prejudicando ambos os lados. São somente seis funcionários para realizar de 80 a 100 atendimentos gerenciais por dia, causando uma espera que chega a 1 hora e 40 minutos para os correntistas, muito além do tempo máximo determinado pela legislação estadual, que é de até 15 minutos em dias normais e até 30 minutos em vésperas ou dias seguintes a feriados e em dias de pagamentos a servidores públicos e de tributos. “A situação caótica nesta unidade de Osasco não é pontual. É rotineira. É consequência das decisões de gestão do Santander, que fecha agências, sobrecarrega e adoece bancários, e desrespeita clientes. Decisões estas que vão no sentido contrário da rotina de uma agência, totalmente descoladas da realidade”, diz o dirigente do Sindicato e bancária do Santander Welington Corrêa. Após cobrança do Sindicato, o banco se comprometeu a transferir uma nova funcionária para a unidade a partir da última segunda-feira (3), o que, segundo a entidade sindical, é insuficiente para resolver o problema.
Banco BMG é condenado por assédio de terceirizada a empregadas grávidas – O Banco BMG foi responsabilizado pela segunda turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) devido a uma denúncia de discriminação e violência psicológica a empregadas grávidas que prestavam serviço à empresa terceirizada Idealcred Promotora de Cadastros e Publicidade Ltda. A indenização por dano moral coletivo no montante de 30 mil reais pode ter de ser paga pelo BMG caso a Idealcred não quite o débito. A decisão é resultado de uma ação civil pública ajuizada em 2015 pelo Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG). As funcionárias recebiam ameaça de transferência com remuneração menor e eram tratadas com comentários ofensivos pelos gestores, que diziam que elas ficariam “feias” e com o corpo “deformado” após a gravidez. “A ilegalidade praticada pelas empresas tem dimensão coletiva, pois a violência psicológica utilizada para forçar as gestantes a desistirem do emprego não prejudica apenas as pessoas diretamente envolvidas, mas também as que desejarem engravidar diante do medo de retaliação no ambiente de trabalho”, afirma o procurador do Trabalho Mateus Biondi.
Análises
Em defesa da Justiça do Trabalho!
Por Felipe Gomes da Silva Vasconcellos, do escritório LBS Advogadas e Advogados.
No último dia 28 de fevereiro diversas cidades do país foram palco de manifestações em defesa da competência da Justiça do Trabalho. O artigo fala sobre a mobilização e a luta que são respostas às diversas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que cassam a competência da Justiça do Trabalho para analisar reclamações trabalhistas sobre vínculo de emprego. Continue lendo
Antes de sair…
Eventos
- Congresso Nacional do Contencioso Tributário ocorre de forma híbrida nos dias 6 e 7/3.
- Seminário on-line com o tema “Direito Imobiliário: O novo Marco Legal das Garantias” ocorre no dia 5/3, às 9h.
- A Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo promove de 11 a 13/3 uma imersão em audiências trabalhistas voltada a advogados e estudantes, de forma presencial.
Dicas culturais
- Cinema: drama alemão “A Sala dos Professores” (2023), em cartaz no Brasil, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional.
- Música: Dori Caymmi lança em abril “Prosa e papo”, primeiro álbum solo em sete anos.
- Streaming: Itaú Cultural Play disponibiliza gratuitamente quatro documentários em curta-metragem com foco na cultura indígena dos povos crenaque e maxacali.
- Série: nova temporada da série “IC para crianças” traz o artista-educador Filipe Miranda ensinando a criar traje espacial, máscaras malucas, boneco escalador, pebolim, boneco acrobata e um bosque de papelão.
Elefante-marinho vira herói após salvar filhote de foca em praia nos EUA
Nem todo herói usa capa, alguns usam suas habilidades em nadar rápido para salvar bebês foca no mar, como o elefante-marinho que ajudou a resgatar um filhote de foca numa praia da Califórnia, nos Estados Unidos, contrariando o que se espera de machos da espécie. A cena foi testemunhada por dois cientistas que realizavam pesquisas sobre focas no local. A mãe e o filhote, de menos de duas semanas de vida, foram separados pela força das marés e das ondas. O pequeno foi arrastado para dentro do mar, quando o elefante-marinho macho apareceu e, ao ouvir a vocalização da foca mãe, nadou até o bebê e usou o corpo para empurrá-lo até a costa. Com mãe e filhote a salvo, o grande herói pode descansar na areia. A fêmea se mostrou agradecida e levou o bebê para um lugar seguro e distante das ondas.