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Rede Lado

ago 15, 2023

Trabalhadores querem proteção para novas formas de trabalho

Seja por CLT ou de forma autônoma, o desejo por proteção permeia os sonhos de homens e mulheres que desempenham as mais diversas formas de trabalho. O Princípio da Proteção, que…

Seja por CLT ou de forma autônoma, o desejo por proteção permeia os sonhos de homens e mulheres que desempenham as mais diversas formas de trabalho. O Princípio da Proteção, que norteia o Direito do Trabalho, tenta equilibrar o jogo em que o patrão detém o poder econômico e o empregado é hipossuficiente.

Mesmo com todos os defeitos e a necessidade de atualização, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) ampara atualmente quase 43 milhões de homens e mulheres no Brasil, que gozam de direitos básicos como descanso semanal, férias e 13º salário. À parte desta realidade, há uma massa composta por 1,5 milhão de homens e mulheres que atuam como entregadores de comida e mercadorias, segundo dados da Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (ANEA), e não têm quaisquer garantias.

No documento “Trabalho digno e uma carta de direitos para os entregadores”, a entidade resume o desejo deses trabalhadores: “Entre os pontos básicos de uma lei protetiva, defendemos uma carta de garantias e direitos que inclua, entre outros: garantia de renda mínima, (limite de jornada diária e semanal) com liberdade de horários, direito a descanso e desconexão, férias, seguro contra acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Além disso, a lei deve garantir aos trabalhadores proteção contra demissão abusiva por parte das plataformas, condições de trabalho dignas, com normas de proteção à saúde e segurança”, diz a carta disponível no site da instituição.

Atualmente, a entidade reúne 25 lideranças de diversos estados e participa, ao lado das centrais sindicais, das discussões sobre modelos de regulação do setor. O tema desperta o interesse do atual governo federal, tanto que o presidente Lula cobrou agilidade do grupo de trabalho criado para tratar do assunto e discursará sobre o tema na Assembleia Geral da ONU em setembro.

Para Nicolas Souza Santos, um dos líderes da ANEA e participante do grupo de trabalho, os entregadores foram apenas os primeiros de uma série de profissionais que ainda serão atingidos pela plataformização e a quem cabe a tarefa de pavimentar o caminho da regulamentação para os demais. “É um problema que vai atingir todo mundo, porque é uma nova tecnologia, é a quarta revolução industrial, e assim como o tear e os tratores invadiram todos os trabalhos, esse tipo de tecnologia e essa forma de organização do trabalho também vai atingir a todos”, prevê. “Nosso trabalho, também, é alertar o restante da sociedade de que isso está acontecendo e que ela precisa se engajar”, defende.

E um dos caminhos, aponta Souza, é começar ampliando a proteção que a CLT já oferece. “É consenso [nas discussões dentro da Aliança] de que a CLT é muito ruim, e eu tenho que concordar, a CLT é muito ruim. Mas ela é o mínimo. A gente tem que fazer o quê? Melhorar ela. O que a gente tem que fazer é trazer primeiro esses trabalhadores que são informais, na verdade, eles não são autônomos, para dentro da proteção social que a CLT garante”, finaliza.

A representação de trabalhadores por meio de coletivos, entre eles os sindicatos, é tema de diversas publicações da área, como o livro “Teoria Jurídica da Liberdade Sindical”, de Paulo Lemgruber. A obra será lançada oficialmente durante o Painel 3 “Trabalho e Emprego: crise de representatividade dentro e fora da Utopia”, do Seminário “Admirável Mundo Novo: não há trabalho sem direitos”, que a Rede Lado promove nesta quinta e sexta-feira, dias 17 e 18 de agosto, em São Paulo. De acordo com o autor, a obra procura delimitar o conteúdo do direito fundamental à liberdade sindical, previsto no artigo 8º da Constituição Federal e nos tratados internacionais sobre o tema que o Brasil ratificou.

Seminário

Estas e outras discussões serão tema dos quatro painéis que a Rede Lado promoverá no Seminário “Admirável Mundo Novo: não há trabalhos sem direitos”, nesta semana, no Hotel Radisson Oscar Freire, em São Paulo (SP), com programação das 10h às 17h na quinta e na sexta-feira. Para saber mais sobre o Seminário e receber conteúdos sobre o evento clique aqui e preencha com seu e-mail no campo logo abaixo da matéria.

Você precisa saber

Pesquisa mostra que cerca de 60% dos trabalhadores de apps já foram vítimas de violência e doenças – Uma pequisa realizada pelo projeto Caminhos do Trabalho, parceria entre Fundacentro e a Universidade Federal da Bahia, levantou que 58,9% dos trabalhadores e trabalhadoras de plataformas digitais já foram vítimas de acidentes de trânsito, doenças, assaltos ou agressões durante enquanto prestavam serviço. Foram ouvidos motoristas e entregadores de cinco estados (Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraná e São Paulo), entre março e junho deste ano. Outros aspectos apontam mais indícios da precariedade a que esses trabalhadores estão submetidos: 55,3% não têm descanso semanal em jornadas que passam de 10 horas diárias e rendem uma remuneração bruta (sem descontar os custos com os veículos) de 2,5 mil reais em média.

Trabalhadores que recebiam comida crua e estragada são resgatados de situação análoga à escravidão no RS –  Um grupo formado por seis trabalhadores da construção civil foi resgatado pela Polícia Civil no último dia 9 de agosto em um alojamento insalubre na cidade de Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Oriundas da Bahia, Minas Gerais, Pará e do RS, as vítimas foram cooptadas por um empreiteiro para receber 3 reais por metro quadrado de bloco construído e com a promessa de carteira assinada, hospedagem e alimentações gratuitas. No entanto, ao chegar à cidade o que os trabalhadores encontraram foi um local sem cama, colchões no chão, banho frio, comida crua e estragada. Ao tentarem voltar para suas cidades, eles teriam sido ameaçados. O empreiteiro foi autuado em flagrante e já havia se envolvido em casos semelhantes em São Paulo. As vítimas receberam apoio da assistência social do município e do Ministério Público do Trabalho e Emprego.

Análises

Obtida decisão favorável em ação coletiva de revisão da vantagem recebida por docentes da UFMG, aposentados na classe de professor titular

Por escritório Geraldo Marcos Advogados

O artigo comenta as decisões da Justiça a respeito do pagamento de aposentadoria integral a professores titulares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 2017, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a revisão dos pagamentos que eram feitos aos profissionais e o desconto em folha de pagamento dos valores recebidos, mas a 12ª Vara Federal Cível da Subseção Judiciária de Belo Horizonte mudou o entendimento. Continue lendo

Antes de sair…

Eventos

  • Nesta terça-feira, 15/8, das 18h30 às 21h30, tem curso on-line sobre “O eSocial nos processos Trabalhistas”.
  • “IA Generativa – Como o Direito deve lidar com a revolução das máquinas?” é tema de seminário virtual no dia 17/8, às 9h.
  • Edição de agosto da série “Debates Previdenciários”, promovida pela OAB, ocorre nesta quinta-feira, 17/8, às 19h, com transmissão on-line.
  • Segunda parte do seminário on-line “Execução Forçada e sua Efetividade” ocorre na próxima segunda-feira, 21/8, das 9h às 12h.

Dicas culturais

  • Cinemafilme “Disco Boy: Choque Entre Mundos” leva batidas eletrônicas a trilha de história sobre guerra.
  • Podcast: quinto episódio do programa “Ficções Itaú” apresenta releitura do clássico “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, feita pelo Grupo Casa.
  • Músicaregravação de “Cachimbo da Paz” com Gabriel O Pensador será lançada nesta quinta-feira, 17, como single do novo álbum do cantor.
  • Shows: Paul McCartney anunciou nova data para show em São Paulo após ingressos se esgotarem para o primeiro dia. O inglês fará uma série de seis apresentações no Brasil entre novembro e dezembro deste ano.

Irmãs brasileiras ganham prêmio internacional de crianças mais talentosas do mundo

Foi falando sobre ciência que as jovens irmãs Beatriz e Isabella Toassa, de 13 e 12 anos, respectivamente, foram escolhidas as mais talentosas do mundo pelo prêmio da International Start Kids Awards (ISKA), criado para homenagear “talentos excepcionais” de crianças no mundo todo. As garotas, conhecidas como Dupla Big Bang, mantêm uma página no Instagram onde divulgam conhecimento científico para outras crianças interessadas pelo tema. Já são mais de 190 mil seguidores que acompanham o conteúdo onde elas mostram experimentos que provam que a ciência pode ser fácil e prática. “Eu só vim passar um recado para vocês: ‘Crianças, por favor, não desistam dos seus sonhos”, disse Beatriz ao comemorar a conquista.