por Rede Lado | jun 15, 2022 | Blog, Direito do Trabalho, Direitos Sociais, Geral
Em maio, o valor da cesta básica ampliada divulgada pela Fundação Procon de São Paulo, custou R$ 14,12 a mais do que o salário mínimo na capital paulista.
A cesta ampliada subiu 1,36% em maio, para R$ 1.226.12 – o piso nacional está em R$ 1.212 desde janeiro deste ano, quando foi reajustado em 10%, sem o aumento real garantido pela política de valorização que Bolsonaro exterminou.
Quatro meses depois, o valor do mínimo já é insuficiente para comprar uma cesta básica ampliada, cujo valor subiu 12,69% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta é de 18,07%, segundo a Fundação Procon-SP.
Quando a política de valorização do salário mínimo ainda estava em vigor, em setembro de 2019, o piso nacional era de R$ 998, comprava uma cesta de R$ 739,07 e sobravam R$ 258,93.
Diferenças entre as cestas básica ampliada e a tradicional
A pesquisa da cesta básica ampliada, realizada após a assinatura de um convênio entre o Procon e o Dieese, considera a renda média de São Paulo e acompanha os preços de 41 produtos essenciais de alimentação, limpeza e higiene pessoal.
Já a tradicional pesquisa nacional do Dieese sobre os preços da cesta básica nas capitais, acompanha os preços de 13 produtos básicos, como está definido no Decreto Lei nº 399/1938.
No Brasil, 36,4 milhões de trabalhadores formais e informais ganham o salário mínimo atualmente – 8,2 milhões a mais do que no final de 2018, quando Bolsonaro ganhou a eleição presidencial.
Fonte: CUT e Dieese
por Rede Lado | jun 14, 2022 | Blog, Direito do Trabalho, Direitos Sociais, Geral
Direitos trabalhistas conquistados por diversas categorias podem estar em risco com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu que os acordos e as convenções coletivas podem limitar ou restringir o que foi alcançado ao longo dos anos. A decisão atendeu a um pedido dos patrões que queriam o reconhecimento da Justiça para casos em que os empregados podem perder direitos. Há exceção somente em relação ao que está assegurado pela Constituição Federal e no que os ministros consideram “patamar civilizatório mínimo”, ou seja, as convenções e tratados e os direitos fundamentais do trabalho.
Para o ministro Gilmar Mendes, relator da ação, o objetivo é fortalecer o mercado de trabalho. “O mercado de trabalho forte, apto a gerar mais empregos e por consequência preservar os benefícios negociados com os trabalhadores, tem como fundamento a manutenção de quadro de normalidade e estabilidade”, defendeu. “O reiterado descumprimento dos acordos provoca descrédito como instrumento de solução de conflitos coletivos”, pontuou. Além dele, votaram a favor da ação os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. Somente Rosa Weber e Edson Fachin foram contrários. A Procuradoria-Geral da República e a Confederação Nacional da Indústria também são favoráveis à medida.
Ainda que muitos advogados avaliem que a decisão trará segurança jurídica e diminuição no número de casos que chegam aos tribunais, ela pode também “naturalizar a regressão de direitos”. “Quando se faz uma naturalização da regressão de direitos para a construção da autonomia coletiva, começamos a desproteger novamente, porque não há princípio de equivalência entre as partes” afirmou o advogado José Eymard Loguércio, do escritório LBS, que representou a CUT na Corte como “amicus curiae”. Ele lembrou ainda que a própria retirada de direitos pode gerar ações junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma vez que empresas que pagam menores salários e benefícios podem passar a ter vantagem financeira em seus negócios numa concorrência desleal.
Demissões em massa precisam ser negociadas
Por 7 votos a 3, o STF também definiu na última semana que antes de realizar dispensas de um grande número de trabalhadores, as empresas devem fazer negociações coletivas com as categorias. Para os Ministros, no entanto, não é necessária autorização prévia dos sindicatos ou a celebração de um acordo. O parâmetro é que seja aberto diálogo para validação das demissões. “A intervenção sindical prévia é exigência procedimental imprescindível para a dispensa em massa de trabalhadores, que não se confunde com autorização prévia por parte da entidade sindical ou celebração de convenção de acordo coletivo”, defendeu o ministro Luís Roberto Barroso.
Você precisa saber
Fome e insegurança alimentar são problemas anteriores à pandemia no Brasil
Ainda que a pandemia de Covid-19 tenha agravado a situação, a escalada da fome e da insegurança alimentar é anterior à crise sanitária e começou após o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, segundo a ex-ministra e professora Tereza Campello. “O conjunto dos dados consolidados que nós temos no Brasil já mostra que a gente tinha um crescimento da fome, da insegurança alimentar, antes da pandemia. Isso tem direta ligação com a Emenda 95 (o “teto de gastos”), com o desmonte das políticas públicas que passa a acontecer com o golpe”, disse. A afirmação foi feita durante audiência pública promovida no dia 7 de junho pela Comissão de Seguridade e Família da Câmara. A ex-ministra do Desenvolvimento Social e professora visitante da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, onde coordena a cátedra Josué de Castro, usou a expressão “filhas do golpe” para se referir às crianças nascidas nos últimos anos e que sofrem com suas famílias o dilema de não saber se terão comida na mesa no dia seguinte, a chamada insegurança alimentar. Segundo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), citado por Tereza, em 2019 quase metade das famílias brasileiras com crianças menores de 5 anos (47,1%) sofriam com o problema. Para que o país volte ao patamar anterior, no qual a fome e a pobreza chegaram a ser reduzidas, a professora aponta a necessidade de políticas públicas complexas. “Não adianta tratar da fome e da desnutrição, em especial a infantil, como fenômeno isolado”, defendeu.
Bolsonaro é condenado a pagar indenização a jornalistas por dano moral coletivo
Depois de anos de “violência verbal”, “ódio”, “desprezo” e “intolerância contra os profissionais de imprensa”, o presidente Jair Bolsonaro foi condenado a pagar 100 mil reais a título de indenização por danos morais coletivos a jornalistas. A decisão foi proferida pela juíza Tamara Hochgreb Matos, da 24ª Vara Cível de São Paulo, que entendeu que o presidente abusou do direito à liberdade de expressão para ofender e deslegitimar jornalistas. “Com efeito, tais agressões e ameaças vindas do réu, que é nada menos do que o Chefe do Estado, encontram enorme repercussão em seus apoiadores, e contribuíram para os ataques virtuais e até mesmo físicos que passaram a sofrer jornalistas em todo o Brasil, constrangendo-os no exercício da liberdade de imprensa, que é um dos pilares da democracia”, diz a decisão que relembra os diversos ataques de Bolsonaro aos jornalistas. “Restou, destarte, amplamente demonstrado que ao ofender a reputação e a honra subjetiva de jornalistas, insinuando que mulheres somente podem obter um furo jornalístico se seduzirem alguém, fazer uso de piadas homofóbicas e comentários xenófobos, expressões vulgares e de baixo calão, e pior, ameaçar e incentivar seus apoiadores a agredir jornalistas, o réu manifesta, com violência verbal, seu ódio, desprezo e intolerância contra os profissionais da imprensa, desqualificando-os e desprezando-os, o que configura manifesta prática de discurso de ódio”, enumerou. Cabe recurso da decisão.
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STF e retrocessos nos direitos sociais e coletivos dos trabalhadores
Por Mauricio Gentil Monteiro, do escritório Britto, Inhaquite, Aragão, Andrade e Advogados Associados
Ao mesmo tempo que tem garantido a democracia ao conter os abusos de autoridade daqueles que flertam com golpes e o negacionismo no combate ao coronavírus nos últimos tempos, o Supremo Tribunal Federal tem barrado o avanço de direitos e garantias fundamentais sociais e econômicos, causando prejuízo aos trabalhadores e em favor do poder econômico. O artigo fala sobre um desses casos, com o julgamento da ADPF nº 323, em que o STF decidiu que normas de acordos e convenções coletivas podem limitar ou restringir direitos trabalhistas. Continue lendo
Eventos
- Na quarta-feira, 15/6, às 18h, webinar debate o tema “Relicitação: Atualidades e principais questões práticas do novo instituto”.
- Também no dia 15/6 às 18h, tem transmissão online do lançamento dos e-books “Futuro do Trabalho e gig economy: questões regulatórias sobre tecnologia e proteção social”.
- “Aspectos polêmicos da gratuidade processual” é tema do evento online que ocorre nos dias 20 e 22/6, às 19h.
Dicas culturais
- Música: a canção “Paula e Bebeto” ganhou versão especial para a série infantil Mundo Bita nas vozes de Caetano Veloso e Milton Nascimento.
- Cinema: estreou na última semana nas telonas brasileiras o longa libanês “1982”, indicado ao Oscar de 2020, que mostra a guerra do ponto de vista de crianças.
- Show: João Bosco apresenta o espetáculo “Autorretrato” com transmissão online no dia 17/6, às 20h, pelo YouTube do Itaú Cultural.
Cadelinha de 22 anos é o cão mais velho do mundo segundo o Guinness
O livro de recordes mundiais tem uma nova marca: o cão mais velho do mundo. Segundo o Guinness World Records, o título pertence à Toy Fox Terrier chamada Pebbles, uma cadelinha que vive na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. A patuda tem 22 anos e dois meses de vida. Ela nasceu em 28 de março de 2000 e, segundo sua tutora, Julie Gregory, prefere dormir durante o dia – com música country tocando ao fundo – e acorda por volta das 17h para comer e curtir a noite. Para Julie, o segredo da longevidade da cadelinha são o amor e o cuidado. “Trate [seu animal de estimação] como família porque eles são. Dê a eles um ambiente feliz e positivo, tanto quanto possível, boa comida, limpeza e cuidados de saúde adequados”.
por Rede Lado | maio 17, 2022 | Blog, Direito do Trabalho, Direitos Sociais, Geral, NewsLado, Política
Depois de mais de dois anos em trabalho remoto ou híbrido, parte dos brasileiros parece ter se acostumado – e gostado – do regime em home-office. Esta figura entre as possíveis explicações do recorde no número de demissões registrado em março de 2022. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados (Caged), mais de 603 mil trabalhadores, ou 33% do total de desligamentos, pediram para sair de seus empregos.
E os números dos meses anteriores apontam que os dados não são um caso isolado, mas configuram uma tendência: em janeiro foram 544,5 mil pedidos de demissão e em fevereiro, 560,2 mil. Entre os setores que puxam os índices para cima estão alimentação; funções administrativas e serviços complementares; informação e comunicação; e atividades profissionais, científicas ou técnicas. Aqueles que se demitem, em sua maioria, são os trabalhadores com maior nível de escolaridade.
Além da notada preferência pelas colocações que oferecem a opção do trabalho remoto ou híbrido, em que o trabalhador não se preocupa com deslocamento em tempos de transportes públicos precários e gasolina custando quase 8 reais por litro, está ainda o fato de que esses trabalhadores, agora, procuram voltar a exercer atividades mais condizentes com suas habilidades, ainda que a economia siga fraca e o desemprego em altos índices. Isso porque, em muitos casos, a pandemia e a escassez de vagas os obrigou, lá atrás, a aceitar “o que viesse” para manter as contas em dia.
“A gente tem que lembrar que no começo da pandemia muita gente acabou aceitando emprego que não tinha afinidade com suas formações. Agora os efeitos da pandemia estão cada vez menores no mercado de trabalho e tem muita gente que acaba se demitindo para acabar se admitindo em outro lugar em profissões mais condizentes com suas qualificações”, explica Bruno Imaizumi, responsável pela pesquisa.
Movimento dos Sem Direitos
Enquanto isso, aqueles que seguem em funções menos estáveis, como os informais, buscam se organizar para garantir seus direitos. Foi o que ocorreu no último dia 4 de maio, quando trabalhadores e trabalhadoras fundaram o Movimento dos Trabalhadores Sem Direitos em ato na frente do Teatro Municipal de São Paulo. A ideia é defender e organizar entregadores, motoristas de aplicativos, diaristas, camelôs e outras categorias não só em São Paulo, mas também em outros estados nos quais já há adesões ao movimento, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco. De acordo com o dirigente da iniciativa, Severino Alves, o Movimento irá cobrar os governos municipais, estaduais e federal por uma proteção contínua aos trabalhadores. “O capital se estabelece através dos avanços tecnológicos, que são bem-vindos, mas se utilizam desses avanços para obter mais lucros”, afirmou. “Vamos para cima nessa perspectiva das empresas também. Faremos levantes, paralisações, breques, o que precisar”.
Você precisa saber
Deputados aprovam MP do trabalho voluntário que prevê emprego sem carteira assinada
Não conformado com a derrota no Senado em 2021, o governo de Jair Bolsonaro encaminhou uma nova Medida Provisória que cria o Programa Nacional de Prestação de Serviço Civil Voluntário e, entre outros pontos, possibilita a realização de cursos de qualificação e trabalho temporário em prefeituras sem carteira assinada para jovens e para trabalhadores acima dos 50 anos. A MP nº 1099/2022 foi aprovada na Câmara dos Deputados e é alvo de críticas por parte da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de juízes do trabalho. “É um absurdo o governo requentar uma medida provisória por não aceitar a derrota. Eles insistem em precarizar as relações de trabalho, não dando nenhuma garantia social, como previdência e outros direitos, e ainda quer que o trabalhador ganhe menos do que o salário mínimo” [hoje, de 1.212 reais], diz o secretário de Assuntos Jurídicos da CUT Nacional, Valeir Ertle. De acordo com a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a MP é inconstitucional. Entidades civis ligadas ao movimento sindical e à justiça do trabalho já estão se articulando para que a MP seja rejeitada novamente pelo Senado Federal.
Mortes violentas de pessoas LGBTI+ no Brasil subiram 33,3% em um ano
A face mais perversa da LGBTI+fobia é a violência que essa parcela da população sofre. No Brasil, em um ano (2021), pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo, que formam a sigla, foram registradas. Isso significa 33,3% a mais do que o ano anterior. Os dados são do Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+. Os números podem ser ainda maiores, pois há subnotificação de casos do tipo no Brasil e há ausência de dados oficiais do governo. Do total de mortes, 262 foram casos de homicídio (82,91%), 26 suicídios (8,23%), 23 latrocínios (7,28%) e 5 por outros motivos (1,58%). Os grupos que sofreram mais violência, reunindo 90,5% dos casos, foram os homens gays (45,89%) e as travestis e mulheres trans (44,62%). As vítimas tinham idades entre 13 e 67 anos, mas a maior parte delas se concentra na faixa dos 20 aos 29 anos. De acordo com as entidades envolvidas na pesquisa, o resultado “evidencia possíveis danos causados pela LGBTIfobia estrutural, que impacta significativamente a saúde mental das pessoas, podendo levar a intenso sofrimento ou mesmo à retirada da própria vida por pessoas em situação de vulnerabilidade”.
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A necessidade de repensar o papel da justiça trabalhista num Brasil em cólera
Por Luiz Eduardo Martins Fleck, do escritório Mello & Zilli, para Rede Lado
O texto faz um breve histórico do surgimento dos direitos trabalhistas a partir da luta de operários em Chicago (EUA), no ano de 1886, por melhores condições de trabalho. Ressalta, ainda, a importância da justiça trabalhista para garantir o acesso dos trabalhadores aos seus direitos, especialmente no Brasil, um dos líderes mundiais em doenças decorrentes das condições laborais. Continue lendo
Eventos
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Hoje, às 10h, tem o webinar “Concorrência em plataforma digitais: Fusões conglomeradas” com debates a respeito das fusões que envolvem empresas com áreas de atuação sem relações verticais ou horizontais.
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Na quarta, 18/5, das 9h às 12h30, o evento “Justiça Climática em Debate” ocorre de forma presencial e com transmissão em tempo real pelo canal da OAB Nacional no Youtube.
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Também no dia 18/5, às 14h, o webinar “IRENA – World Energy Transitions Outlook, de 2022” fala sobre esforços para tentar limitar o aumento da temperatura global até 2050.
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“Direito Penal Econômico: Prova penal e novas tecnologias” é tema de encontro virtual também em 18/5, às 18h.
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Na próxima segunda-feira, 23/5, às 10h, o webinar “Tributação no ambiente digital” aborda mudanças da sociedade a partir das transformações do ambiente digital.
Dicas culturais
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Literatura: no dia 18/5, o projeto Roda de Leitura, em formato virtual, homenageia a obra do escritor João Anzanello Carrascoza.
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Música: de 19 a 22/5, a cantora paulista Mônica Salmaso presta uma homenagem ao sambista carioca Wilson Batista (1913-1968) na Sala Itaú Cultural, em SP. No dia 20, o show terá transmissão ao vivo no YouTube.
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Cinema: está prevista para 14/7 a estreia de “Elvis”, filme dirigido por Baz Luhrmann, sobre a relação do rei do rock e do Coronel Tom Parker.
Cachorro salva casal de idosos de incêndio na Bahia
Um verdadeiro herói. É assim que a família do casal Aline e Ivaldo Ferreira Lustoza, de 82 e 86 anos, respectivamente, está chamando o cachorro de estimação Bob. Ele foi responsável por buscar ajuda quando a casa dos idosos pegou fogo na madrugada do dia 9 de maio, em Feira de Santana, na Bahia. “Eu estava dormindo de sono solto, a tomada do ventilador estourou e pegou fogo”, disse Aline. Rapidamente, o fogo se espalhou e destruiu a casa onde, além do casal, também estava a enfermeira Luciene que cuida dos dois e foi responsável por chamar os Bombeiros depois que Bob a acordou. “Pegamos água, tentamos apagar, mas o fogo já estava embaixo do colchão, porque a cama é box. Então apagava por fora e as chamas continuavam por debaixo sem a gente a ver”. Sem conseguir vencer as chamas, a enfermeira levou Ivaldo, que é acamado, no colo para fora da casa. “Estou emocionada, graças a Bob e a Luciene, que carregou meu pai no braço, e chamou a minha mãe, e salvou eles do fogo. A cama de minha mãe estava pegando fogo quando ele latiu”, disse a filha do casal Ivaline.
por Rede Lado | maio 9, 2022 | Blog, Direito do Trabalho, Geral, Política
Com a passagem de mais um Dia do Trabalhador, um boletim especial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostrou em dados o que o trabalhador brasileiro está literalmente cansado de viver em seu dia a dia: um cenário de desemprego e queda no poder de compra das famílias brasileiras. Ainda que o mercado de trabalho mostre melhora após dois anos de pandemia, com o lento aparecimento de novas vagas, ainda temos mais de 12 milhões de desempregados.
Entre os culpados pelo cenário desanimador, de acordo com o estudo, estão a pandemia de Covid-19, a inflação crescente, os impactos que a guerra na Ucrânia provocou na economia internacional e a “inação de um governo mais preocupado em agradar as bases políticas do que em dar respostas concretas para os problemas da população”, conforme o boletim. Os mais afetados são os trabalhadores sem proteção trabalhista ou previdenciária, cujas vagas agora impulsionam a singela melhora nos números de contratações. No fim de 2021, 34 milhões estavam em ocupações sem proteção, ou seja, 35% dos trabalhadores.
Além da precarização das contratações, a inflação segue mantendo a tendência de alta, segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste ano, o índice pode chegar a 6,5%, muito acima do previsto. Atualmente, o rendimento médio do trabalhador brasileiro não passa de 2.377 reais, e 54% ganha 1.500 reais ou menos. A conta simplesmente não fecha.
Cesta básica segue em alta
E é preciso mesmo ser bom em fechar contas quando o salário não cobre as despesas nem mesmo da alimentação. Isso porque até os produtos mais básicos, como o óleo de soja, o pão francês, a farinha de trigo, o leite integral, a manteiga e a batata estão cada vez mais caros, segundo o próprio DIEESE. Em abril, todas as 17 capitais pesquisadas tiveram alta nos preços da cesta básica. Dessa forma, seria necessário um salário mínimo de 6.754,33 reais, ou 5,57 vezes o mínimo de 1.212,00 reais em abril de 2022 para a manutenção de uma família de quatro pessoas.
Você precisa saber
Número de novos eleitores entre 16 e 18 anos bate recorde no cadastro eleitoral
Entre janeiro e abril deste ano, mais de 2 milhões de adolescentes com idades entre 16 e 18 anos se cadastraram para votar nas Eleições 2022 no Brasil. O número foi um recorde, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e representa um aumento de 47,2% em relação ao mesmo período em 2018; e de 57,4% em relação aos quatro primeiros meses de 2014. A Justiça Eleitoral realizou uma campanha entre 14 e 18 de março para alavancar os números e a resposta foi considerada “impressionante” pelo presidente do Tribunal, ministro Edson Fachin. O sistema de regularização registrou recorde de acessos nos últimos dias, quando foram contabilizados cerca de 1 milhão de acessos.
PL da Enfermagem é aprovado na Câmara e garante piso à categoria
Uma vitória histórica, é como está sendo recebida a notícia de que foi aprovado o Projeto de Lei que garante a trabalhadores e trabalhadoras de enfermagem um piso salarial. Depois de 30 anos de espera, o texto foi aprovado na Câmara por 449 votos favoráveis e 12 contrários, como resposta à mobilização da categoria. De autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), o PL prevê piso de 4.750 reais para enfermeiros, de 3.325 reais para técnicos de enfermagem, 2.375 reais para auxiliares de enfermagem e para parteiras. Já aprovado pelo Senado, agora depende apenas da sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Análises
80% dos clientes de planos de saúde terão que recorrer ao SUS, diz pesquisadora Ligia Bahia
Por Advocacia Scalassara
A página reproduz os principais trechos da entrevista do Intercept com a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia. Formada em medicina e doutora em saúde pública, ela estuda o mercado de saúde suplementar e a regulamentação dos convênios médicos no Brasil e fala sobre o tema no artigo. Continue lendo
Lado a Lado
Carol Naine – Ser artista independente no Brasil
Nossa convidada deste episódio do podcast Lado a Lado é a cantora e compositora carioca Carol Naine. Em 2015 ela foi indicada pelo Buzzfeed como um dos 20 nomes da nova MPB e, entre 2016 e 2020, premiada em vários festivais de música e canção.
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Eventos
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Hoje, 10/5, às 10h30, tem live de lançamento da publicação “Trabalho Infantil: Guia para cobertura jornalística” elaborada pela ANDI — Comunicação e Direitos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
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Na próxima terça-feira, 17/5, às 19h, o evento CineDebate exibe os curtas-metragens “L’altra par” e “¿Qué es el ciberfeminismo?” seguida de roda de conversa sobre a temática habitar digital: para onde caminhamos?
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Já passou, mas ainda vale: o papel da Universidade na luta contra o racismo e em defesa das políticas afirmativas foi o tema da aula magna de 2022 da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, cujo vídeo segue disponível no YouTube após o fim da transmissão.
Dicas culturais
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Cinema: estreou nas telonas brasileiras na última semana o filme “Downton Abbey II: Uma Nova Era”, sequência cinematográfica da série de TV que retrata a aristocrática família Crawley.
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Teatro: a Cia. de Teatro Nu Escuro apresenta até 29/5 o espetáculo Plural em formato online.
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Música: Margareth Menezes se engajou em ação do Pacto Global da ONU e gravou a música “Salário Digno” em parceria com a rapper MC Soffia e o trio Gilsons.
Mulher com perna amputada corre 104 maratonas consecutivas e pode ter nome no livro dos recordes
Um câncer que obrigou os médicos a amputarem uma das pernas da sul-africana Jacky Hunt-Broersma, de 46 anos, não foi capaz de parar seu ímpeto. Depois da traumática experiência, aos 26 anos, a mulher começou a correr quase como um capricho. “Sou uma pessoa de tudo ou nada, então me joguei”, explica. “Adoro ultrapassar limites e ver até onde posso ir.” Entre janeiro e o último dia 30 de abril ela correu 42 quilômetros todos os dias e pode ter batido o recorde de mais maratonas consecutivas no Guiness Book. A marca feminina, atualmente, pertence à estadunidense Alyssa Amos Clark, uma atleta não amputada que correu 95 maratonas consecutivas. A organização está analisando o feito e pode levar cerca de três meses para dar uma resposta. “Parte de mim estava muito feliz por ter terminado”, disse. “E a outra parte continuou pensando que eu preciso correr.”
por Rede Lado | maio 3, 2022 | Blog, Cultura, Direito do Trabalho, Direitos Sociais, Diversidade, Geral
Nesta aula do Seminário Trabalho Digital: a virtualização da luta de classes, a professora Taís Oliveira, mestra e doutoranda em Ciências Humanas pela UFABC, trouxe dados sobre a desigualdade de gênero, raça e classe no trabalho. Além de trazer conceitos sobre afroempreendedorismo e diversidade.
Ouça o trecho da aula! Se gosta dos assuntos que envolvem trabalho, tecnologia e plataformas, siga-nos e confira nossos conteúdos!
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por Rede Lado | maio 3, 2022 | Blog, Cultura, Direito do Trabalho, Direitos Sociais, Diversidade, Geral
Nesta aula do Seminário Trabalho Digital: a virtualização da luta de classes, a professora e pesquisadora na temática de trabalhadores digitais de transporte e o lugar do negro no mercado de trabalho, também procuradora federal junto a Advocacia Geral da União, Eneida Maria dos Santos traz novos conceitos sobre o perfil de quem realmente são os trabalhadores de plataforma.
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